O que promete a próxima bienal de arquitetura de são paulo
A diretoria do iabsp propõe ampliar ainda mais o caráter da bienal como evento promotor de uma cultura urbana e arquitetônica democrática ao mesmo tempo em que cidades ao redor do mundo desenvolvem experiências de gestão urbana que aprofundam a democracia, assistimos a um contexto global de escaladas autoritárias. é diante dessa realidade que o iabsp anuncia seu novo modelo para a bienal internacional de arquitetura de são paulo.
A mudança de abordagem começou na 10ª edição do evento, em 2013, quando a bienal ocorreu ao mesmo tempo em diversos equipamentos culturais e institucionais distribuídos nas imediações da rede de transporte público. até então, e desde a primeira edição em 1973, a mostra ocorreu no parque ibirapuera, quase que exclusivamente no pavilhão da bienal.
Uma nova mudança foi testada na 12ª bienal, realizada entre setembro e dezembro de 2019. a seleção da curadoria foi decidida por um júri internacional, com a escolha de um tema cujo enfoque foram os usos cotidianos nos espaços urbanos e arquitetônicos. parte significativa dos projetos e trabalhos expostos nesta última bienal também foram escolhidos por meio de uma chamada aberta. esse novo modelo de gestão busca engajar não somente a classe de arquitetos, mas a sociedade como um todo, em uma reflexão contínua.
Agora, com a chapa de continuidade da atual gestão reeleita para o próximo triênio, a direto-ria do iabsp propõe ampliar ainda mais o caráter da bienal como evento promotor de uma cultura urbana e arquitetônica democrática, que tenha como norte melhorar as condições de vida nas cidades, especialmente as de quem mais precisa. com esse objetivo, propõe um modelo replicável, a ser usado nas próximas cinco edições (2021-2031).
O recorte territorial terá dois enfoques prioritários. um centralizado, em equipamentos culturais e espaços públicos no eixo da avenida paulista. outro disperso, formando uma rede de equipamentos nas periferias próximos a projetos de transformação urbana e ambiental em curso, conduzidos em diálogo com as comunidades locais. nesses equipamentos ocorrerão exposições, debates e atividades para envolver as diferentes populações da cidade. o objetivo é que o evento acolha a diversidade regional, cultural, de práticas profissionais, de escala, de linguagens, e de autores em função do gênero e raça.
Uma série de encontros ocorrerão nos primeiros meses de 2020 para debater e consolidar o edital do concurso de curadoria, em que constarão os temas a serem investigados no evento e as parcerias previamente firmadas com universidades, instituições culturais e movimentos sociais, a serem ampliadas a cada ano. permanecem as chamadas abertas para selecionar projetos, atividades e intervenções urbanas vinculadas à bienal. o que se busca é reunir um conjunto de propostas que abordem problemas urgentes relacionados aos diferentes modos de vida nas cidades e alternativas possíveis que contemplem tanto questões estruturais como abordagens simbólicas e táticas.
O processo que começa agora em 2020 visa criar e fortalecer uma rede de colaboração reuni-da em torno de um pacto social de compartilhamento de projetos, narrativas, experiências e ferramentas de compreensão e a transformação do ambiente e da cultura urbana.
Fonte: IAB-SP