Tabela de Honorários do CAU/BR somente vai ganhar adesão da sociedade através do esforço dos profissionais para educar seus clientes a aceitarem e adotarem o preço definido pela categoria.
Essa foi uma das mensagens difundidas pelos integrantes da Mesa dedicada ao tema durante a 2ª Conferência Estadual de Arquitetos e Urbanistas do CAU/SP, no primeiro dia do evento (25/11).
Mediada pelo presidente Gilberto Belleza, contou com a participação de Francine Sakata (representante da Abap), Tércia Almeida de Oliveira (Abea), Roberto de Castro Mello (AsBEA) e Roberto Freitas Júnior (IAB-SP).
“Como educar o nosso contratante? A Tabela existe, mas a utilização e o reconhecimento dela são um processo, tanto dos profissionais quanto dos contratantes, em cada nicho, em cada setor”, avaliou Roberto Freitas Júnior, do Instituto de Arquitetos do Brasil.
“O custo da tabela é uma referência para você bater com o seu [custo], para você saber se está abaixo ou acima do custo da categoria. E é muito bom que isso seja levado ao cliente e que seja apresentado: ‘a minha categoria recomenda que eu cobre esse valor’”, afirmou Francine Sakata, da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas. “E que é bom que você não cobre abaixo dele”.
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Durante o debate, alguns profissionais participantes da Conferência apontaram dificuldade de alinhamento entre os preços gerados pela Tabela e a realidade de mercado no interior paulista.
Na Mesa, a orientação aos profissionais foi no sentido de adaptarem os preços de referência, obtidos através da ferramenta, à realidade da própria região.
Profissionais e contratantes ainda desconhecem a ferramenta
Vencer a barreira do desconhecimento entre profissionais e contratantes a respeito da Tabela foi uma das dificuldades apresentadas.
“Devemos cada vez mais divulgar o documento e desmistificar uma ideia inicial de que seria um documento muito extenso, difícil de calcular”, afirmou Castro Mello, da AsBEA.
“Faz parte dessa discussão sobre os honorários a atuação das entidades para continuar construindo e fortalecendo a cultura de valorização do projeto, do planejamento, o que vai se refletir de fato nessa formalização dos honorários”, disse Roberto Freitas, do IAB.
Além das barreiras culturais, os debatedores mencionaram outros obstáculos para adoção mais ampla da Tabela. O CAU tem feito esforços para difundir e justificar o uso dessa ferramenta entre os tribunais de contas e outras instâncias públicas. Parte do poder público, porém, mostra resistência a adotar uma metodologia que pode resultar em valores acima do preço mínimo.
Feedback dos profissionais é fundamental para aperfeiçoar ferramenta
A representante da Abea, Tércia Almeida, salientou o crescimento do interesse no meio acadêmico pela Tabela de Honorários, principalmente em cursos de pós-graduação focados no gerenciamento de projetos.
E como lembrado por Castro Mello, o CAU/BR tem feito novos esforços para aperfeiçoar a ferramenta.
“Já se constatou que [a Tabela] precisa ser ajustada, e esse ajuste tem que ser feito periodicamente e permanentemente”, afirmou.
O representante da AsBEA exortou os profissionais a contatarem os respectivos Conselhos estaduais e municiarem as autarquias com as informações necessárias para aprimorar a metodologia de cálculo.
“O feedback dos profissionais (…) é que vai poder permitir ao CAU e à sua equipe a aferição e os ajustes de sintonia fina desse documento”, afirmou.
Fonte: CAU/SP
Epaminondas Neto, de São Paulo/SP