A transformação do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, se faz notar também em suas edificações residenciais. O bairro, conhecido por abrigar a elite carioca, possui um dos metros quadrados mais caros do país. Os edifícios dispõem não só de uma ampla área interna, como também apresentam um design harmonioso em suas fachadas. E aqueles que ainda não se enquadram neste perfil, caso das construções mais antigas, correm para se atualizar.
No último ano, por exemplo, o retrofit da fachada de um edifício da década de 1970, situado na Rua João Lira, foi concluído. O projeto, que incluiu o acréscimo de varandas de aço na face frontal da edificação, foi concebido pelo arquiteto Hugo Hamann, da HCH Arquitetura e Planejamento, e trouxe uma valorização de até 30% ao imóvel situado à beira-mar.
No projeto, 20 varandas, com 26 m cada, foram executadas em dez pavimentos – duas por andar. A obra durou cerca de um ano. “Tomei o cuidado de realizar o acréscimo de varandas com visual moderno e leve, que não destoasse do restante da construção. Não queria que elas parecessem ter sido aplicadas anos mais tarde, mas que aparentassem ser parte integrante do projeto original”, explica Hamann.
Para a obra, que teve a participação do engenheiro Ronoel Souto, da Estatec Serviços Técnicos à frente do projeto estrutural, perfis estruturais em aço ASTM 572 GR50 e chapas A36 foram usados. As peças pré-fabricadas chegaram prontas ao local, sendo posteriormente içadas e aparafusadas.
“Após a conclusão das fundações, fizemos o nivelamento dos topos dos blocos e iniciamos a montagem com a ajuda de um guindaste. Cada sequência de pilares, correspondente a dois pavimentos da edificação, teve as peças içadas e aparafusadas para um posterior travamento das estruturas. Os pilares vencem vãos de 7,80 m”, detalha Souto, que explica, inclusive, que, após a montagem, lajes em concreto foram executadas para servir de piso às varandas. “Elas foram impermeabilizadas e receberam revestimentos em porcelanato e granito.”
Solução veloz
De acordo com Hamann, a escolha do aço para a obra foi motivada por sua leveza e velocidade construtiva. “Esta foi a solução ideal para atender aos nossos objetivos, já que queríamos montar uma estrutura independente que não trouxesse transtornos ou fizesse os moradores deixarem suas residências”, explica o arquiteto, que também optou pelo uso da estrutura metálica por outras razões. “Com ela, conseguimos vencer vãos maiores usando peças e pilares de menor seção do que os de concreto.” (E.Q.)
Ficha Técnica:
Projeto arquitetônico: HCH Arquitetura e Planejamento
Área construída: 599,04 m² (área total)
Aço empregado: perfis estruturais ASTM 572 GR50 e chapas A36
Volume de aço: 31 t
Projeto estrutural: Steel Tech BR Ltda.
Fornecimento do aço: Açolink Estruturas e Obras Ltda.
Execução da obra: Ronoel Souto (Estatec Serviços Técnicos)
Local: Rio de Janeiro, RJ
Data do projeto: 2013
Fonte: CBCA