Por Ana Conceição
A atividade da indústria brasileira caiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, de acordo com o Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pelo HSBC e divulgado pela Markit. No mês passado, o indicador cedeu para 49,1 pontos, de 49,3 pontos em setembro, refletindo quedas expressivas na produção e nas novas encomendas.
O PMI mede a atividade da indústria levando em conta itens como produção, emprego, encomendas, estoques e preços, a partir de informações levantadas entre cerca de 400 companhias. Leituras abaixo de 50 indicam contração. Em outubro, as empresas relataram queda de novas encomendas, de produção, de compras de insumos e redução no número de empregados. Os preços dos insumos caíram pela segunda vez consecutiva. Antes, subiram por 60 meses ininterruptos.
Segundo o HSBC, o segmento de bens de capital foi o que teve a pior performance. Os outros são bens finais e intermediários. “A indústria ajustou sua produção ao estado deprimido do mercado e às influências negativas do período eleitoral. A forte redução na produção de bens de capital mais que compensou a modesta expansão em outros setores”, diz o relatório do banco. As novas encomendas tiveram a maior queda em 15 meses e os pedidos do exterior recuaram pelo segundo mês. Os estoques de bens finais, contudo, se mantiveram estáveis.
A pesquisa do HSBC também mostrou que o nível de emprego na indústria brasileira caiu pelo terceiro mês consecutivo, em especial no segmento de bens intermediários. “A queda do PMI foi generalizada, atingiu quase todos os subíndices, com aquele relativo à produção especialmente fraco. Isso sugere outro trimestre desafiador para a indústria”, afirmou André Loes, economista-chefe do HSBC no Brasil, em nota.
Fonte: Valor Econômico