Artigo de outubro de 2004 reeditado neste portal

    Recentemente, encontrei em um seminário sobre tecnologia de informação aplicável ao construbusiness, um renomado arquiteto, premiado várias vezes e possuidor de um talento ímpar, que me confidenciou estar lá para tentar saber o que ele nem sabia o que não sabia.
    Durante as apresentações, pude constatar que todos os palestrantes também não estavam muito de acordo com as tendências ou as tecnologias disponíveis. Afinal, como em todos os setores, existem os adeptos, os críticos e os céticos.
    Os adeptos ou estão vendendo essas tecnologias ou estão fingindo que estão nos países desenvolvidos, onde as estatísticas apresentam números totalmente diferentes da realidade brasileira, e tentam apresentar soluções que ainda não funcionam nem nos Estados Unidos.
    Os críticos criticam por não poderem adquirir essas tecnologias ainda não perceberam que, de certa forma, mesmo se pudessem, seriam eles as cobaias tupiniquins dessa modernidade.
    Os céticos preferem ficar em cima do muro, vêem o mundo passar a seus pés e ainda não acreditam que o homem pisou na Lua.
    Mas e a tecnologia?
    Bem… Ela está disponível, custa todo dinheiro do mundo, ainda não pode ser usada por 95% das empresas brasileiras e muda todos os dias, deixando os 5% interessados mais indecisos do que já estão.
    Mas de que tecnologia estamos falando?
    Você pode escolher a maneira errada de organizar o que vem fazendo corretamente há anos ou trocar todos os métodos e sistemas que vem utilizando por um simples software, que funciona numa plataforma específica, em rede, numa Intranet ou na Internet, ou ainda com um back end wireless. Isso sem falar no treinamento que você precisará ter e transmitir aos seus funcionários para passar a utilizar esses recursos.
    Mas isso não é problema se você, como um CEO de você mesmo, tiver um CIO no seu escritório de arquitetura ou construtora para cuidar da área de TI . Agora, se você tem um pequeno escritório para projetos complementares de hidráulica, elétrica, ar condicionado, paisagismo, automação, tráfego, sinalização etc. aí vai ficar um pouco mais difícil. O CIO da construtora ou do arquiteto vai precisar primeiro cuidar da área de TI desses escritórios para eles poderem se integrar com as novas tecnologias disponíveis propostas.
    Mas o seminário não era sobre construbusiness? 
    Era, mas desde a chegada da Internet no Brasil muitas empresas pontocom estão tentando justificar o estouro da bolha com soluções unilaterais que só seriam justificáveis se partissem da necessidade do mercado e não da necessidade de cumprir com um business plan aprovado antes do estouro da bolha.
    E a tecnologia?
    Cada vez mais acessível a muitos e cada vez menos compreendida.
    Programas de CAD, licenças de rede registradas, gerenciamento de projeto, ERP, CRM, nomenclatura de diretórios, nomenclatura de layers, ferramentas de visualização de arquivos, matrizes de autorizações, data storage e backup são recursos tratados pelos adeptos como o pãozinho da padaria.
    Ferramentas de gerenciamento on line, e-procurement, e-commerce, e-business, B2B, B2C, C2B, business to employee, employee to business, business to government, government to business, government to consumer, reuniões on line, conferência eletrônica, downloads, uploads, EDI, DATA BANK, SSL, sites e portais na Internet podem ser comparados com os padeiros de antigamente que entregavam os pãezinhos nas casas pelo mesmo preço da padaria, porém com “reserva de mercado”, pois não cabiam duas padarias num mesmo bairro. Ou seja, tudo o que tem na padaria, você pode adquirir sem sair de casa.
    E a qualidade do projeto arquitetônico?
    Isso é com o arquiteto.
    E a qualidade da obra?
    Isso é com a construtora.
    E a tecnologia de informação?
    Pede pro padeiro da esquina.
    Ah… entendi!
    E o contratante?
    Será que ele quer ou realmente necessita tudo isto?
    Será que ele percebe a importância e valoriza toda esta tecnologia?
    Onde e como se agrega valor ao produto vendido/comprado?
    Ele está disposto a pagar esta conta?
    Ih…! Ainda não falamos dele.
Autor: Eng. Sidney E. Cupolo 
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