O IAB-RJ divulgou, nesta segunda-feira, 24 de novembro, nota de posicionamento sobre a transferência das vilas olímpicas – mídia e árbitros – da Região Portuária para o bairro do Anil, em Jacarepaguá. De acordo com a nota, a cidade do Rio de Janeiro permanece sem um projeto explícito e claro de direcionamento do seu futuro. “Ao privilegiar a utilização das infraestruturas já instaladas na cidade pré-existente, evita-se que novas tenham que ser implantadas”, diz o documento.
Leia a íntegra da nota de posicionamento do IAB-RJ a seguir.
Posicionamento do IAB-RJ sobre a transferência das vilas olímpicas (mídia e árbitros) do Porto para o bairro do Anil em Jacarepaguá
Reportagem publicada no O Globo de hoje, com o título “Do Porto para o Anil”, mostra que empreendimentos imobiliários na Zona Portuária foram trocados, em sua urgência, por iniciativas na Barra e na Baixada de Jacarepaguá. Há muito tempo que os investidores imobiliários da cidade investem na Barra e na Baixada de Jacarepaguá, não necessitando de incentivos públicos. Em contraposição, o centro é mais atraente para lançamentos de torres empresariais. Lá, quase não se verificam empreendimentos habitacionais.
Nota-se, a partir do ocorrido, que a cidade do Rio de Janeiro permanece sem um projeto explícito e claro de direcionamento do seu futuro, atendendo de forma fragmentada a pressões pontuais de investidores. O IAB-RJ defende há anos que a cidade brasileira deve reverter sua tendência inercial de dispersão territorial interminável, construindo e incentivando os empreendimentos próximos aos centros urbanos mais densos. Ao privilegiar a utilização das infraestruturas já instaladas na cidade pré-existente, evita-se que novas tenham que ser implantadas.
A posição decorre do fato de que a cidade brasileira possui em seu território amplas parcelas onde a universalização dos serviços urbanos, como coleta de esgotos e de lixo, distribuição de água potável, calçamento de ruas, iluminação pública e outros não são acessíveis. Isso determina uma profunda diferenciação, com poucas áreas de urbanidade plena e a grande maioria com profundas carências.
Cabe ao poder público reverter essa tendência, operando no sentido de direcionar as pressões pontuais, canalizando suas energias para um projeto de cidade mais denso e compacto, que facilite o acesso à urbanidade plena.
Fonte: IAB-RJ