Carioca nascido em 1907, Oscar Niemeyer ensaiava o sonho de ser arquiteto ainda na infância, traçando com o dedo formas soltas no espaço. Entrou para a Escola de Belas Artes com 20 anos e, ao dividir um atelier com seu amigo, o arquiteto Lúcio Costa, surgiu o primeiro trabalho da dupla o projeto do antigo ministério da educação no Rio de Janeiro. Em 1940 conheceu Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, que lhe encomendou da noite para o dia o projeto do conjunto da Pampulha. Numa época em que a fantasia não saía dos conceitos Niemeyer mergulhou num mundo de novas formas lirismo e liberdade criadora abrindo caminho para a arquitetura moderna no Brasil.
Os anos 50 ainda não tinham chegado e Niemeyer já participava do planejamento da sede das Nações Unidas, em Nova York, e projetava o parque Ibirapuera e o edifício Copam, em São Paulo. Em 56, um novo encontro com Kubitschek e mais uma encomenda, os palácios de Brasília, a nova capital federal. Morou por três anos na nova capital onde concebeu uma de suas principais marcas – as colunas do Palácio da Alvorada e os arcos do Palácio do Itamaraty. O nome Niemeyer já corria o mundo, em 63 recebe o prêmio Lênin da paz, e no ano seguinte estava na Europa quando soube do golpe militar no Brasil. Foi então para Israel onde elaborou diversos projetos. De volta ao Brasil, projetou o Memorial da América Latina, em São Paulo, é homenageado como grande oficial da Ordem do Rio Branco.
Em 88, nos Estados Unidos, recebe o prêmio Pritzker de arquitetura. Nos anos 90 espalha ainda mais sua marca pelo Brasil. No ano passado [1998] Niemeyer recebeu o prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza e projetou o monumento Eldorado Memória, oferecido ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Monumentos, torres, prédios, o mundo de Niemeyer criou uma marca única de cúpulas e arcos, um desenho próprio e inconfundível, que por linhas retas e tortas conta por inteiro a história da moderna arquitetura brasileira.
Fonte: CAU