Só os mais próximos já ouviram Paulo Mendes da Rocha contar sobre o projeto que esboçou, no fim dos anos 1980, para um possível Memorial da América Latina. A ideia ocupou a cabeça do arquiteto por algumas horas, no instante em que ele soube da intenção do governo paulista de construir um museu voltado à cultura dos povos latino-americanos.
“A história que eu vou contar deve ter durado mais ou menos 48 ou 70 horas, isto é, dois ou três dias. Logo depois apareceu a notícia de que o Oscar Niemeyer é quem faria o Memorial da América Latina naquele terreno da Barra Funda. E a coisa ficou só no plano da ideia”, contou o arquiteto em seu escritório, no prédio do Instituto dos Arquitetos do Brasil, no centro de São Paulo.
Lá, ele recebeu a Bamboo e descreveu seu Memorial na serra do Mar, com vista para o oceano Atlântico. Um projeto sem desenhos, cuja riqueza está na argumentação do nosso Pritzker e na imaginação do ouvinte.
Texto e entrevista: Guilherme Wisnik
Fonte: Bamboo