O seminário reuniu gestores públicos e representantes de entidades
O êxito da região metropolitana da Grande Florianópolis depende de um planejamento integrado dos municípios a longo prazo. O desafio foi lançado na última quarta-feira (19/11) no Seminário Cidades Metropolitanas, Democráticas e Participativas, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC), com apoio da Assembleia Legislativa. O evento reuniu arquitetos e urbanistas, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais, deputados, além de representantes de entidades da sociedade civil.
Na abertura, o presidente do CAU/SC, Ronaldo de Lima, as habilidades dos arquitetos urbanistas são requeridas para auxiliar nas discussões sobre questões que envolvem o planejamento urbano e esse desafio é permanente. “Com a recente aprovação do projeto de lei que formaliza a Região Metropolitana da Grande Florianópolis, o CAU/SC decidiu participar desse processo e realizar esse seminário. Esse é o momento para sentarmos e discutirmos as possibilidades e termos práticas efetivas”, afirmou.
O secretário de Estado de Planejamento, Murilo Flores, afirmou que o governo estadual concluirá em breve um estudo de planejamento urbano voltado para a Região Metropolitana da Grande Florianópolis. Segundo ele, esse estudo possibilitará a integração dos municípios e o desenvolvimento de projetos comuns. Em caráter prioritário serão discutidos os temas de mobilidade urbana, saneamento e resíduos sólidos. “Também vamos incentivar a criação dos consórcios intermunicipais, que podem atuar no gerenciamento dos resíduos sólidos, na segurança, saneamento, transporte integrado”, afirmou o secretário.
O deputado Reno Caramori (PP), presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia, afirmou que o saneamento básico é um problema que deve ser atacado como prioridade. “Muito se fala na mobilidade urbana, mas precisamos tratar o esgoto de nossas cidades, para proteger o meio ambiente e a saúde da população”.
O deputado Edison Andrino (PMDB), que foi prefeito de Florianópolis, lembrou que a formalização das regiões metropolitanas é importante também para a obtenção de recursos junto a organismos internacionais de fomento. “Os problemas não têm solução isolada. Ou se trabalha em conjunto, ou nunca vamos resolvê-los”. Também estiveram presentes no seminário a secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucia Gomes Vieira Dellagnelo, o secretário de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Clonny Capistrano, a presidente da ONG FloripAmanhã, Zena Becker, os prefeitos da região e representantes do IPUF, da OAB/SC, Asbea/SC, IAB/SC, ACIF, Plamus.
PALESTRA MAGNA
O evento foi aberto com a palestra do arquiteto e urbanista do Núcleo de Pesquisas USP Cidades Vladir Bartalini, de São Paulo. Ele expôs as experiências desenvolvidas pela Grande São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo. “Os municípios que integram uma região metropolitana têm problemas comuns, mas cada um tem um papel diferente dentro dessa região. Esses problemas não serão resolvidos sem projetos estruturantes, que definam bem o papel de cada cidade nessa região”, afirmou.
Bartalini considera que, para a resolução dos problemas, principalmente os relacionados à mobilidade e saneamento básico, as obras de infraestrutura são essenciais, mas não serão suficientes se não houver mudanças estruturais. “É preciso romper o isolamento entre os municípios. É um processo complexo, difícil. Mas não podemos deixar de insistir para que ele aconteça”.
O arquiteto mostrou o exemplo paulista, ainda sem grande êxito, mas que revela as tentativas de formação de centralidades dentro da região metropolitana, ou seja, áreas onde a população tenha oferta de serviços, moradia, emprego, lazer, entre outros, sem precisar fazer grandes deslocamentos. “Os problemas de mobilidade são consequência desse movimento pendular que muitas pessoas fazem todos os dias para ir de casa para o trabalho ou para acessar serviços, por exemplo”.
Fonte CAU/SC