Por Marília Almeida
A valorização média do metro quadrado dos imóveis de bairros nobres de São Paulo foi de 14% no acumulado do ano até setembro.
A variação é menor do que a registrada no mesmo período de 2013, de +16%, e está bem abaixo da alta de 27% de janeiro a setembro de 2011, período que apresentou a maior valorização dos últimos cinco anos.
As informações fazem parte de um estudo da imobiliária Coelho da Fonseca, que comparou os preços médios de venda de 1.920 apartamentos comercializados entre janeiro a setembro de 2014, com os preços médios registrados no mesmo período de anos anteriores.
A imobiliária tem foco em unidades de alto padrão e considerou apenas apartamentos comercializados em sua área de atuação, que inclui 18 bairros da Zona Sul e Oeste da cidade.
Grande parte da lista é composta por bairros que registram os maiores preços médios do metro quadrado na cidade, por isso a imobiliária diz que o estudo mostra a valorização dos bairros nobres da cidade.
Mas o ranking inclui também bairros extensos, que podem ter regiões mais ou menos valorizadas. Um exemplo é o Morumbi, que concentra imóveis de alto padrão em algumas áreas, mas também tem áreas menos valorizadas, que abrigam favelas.
O estudo também inclui o Centro, apontado pela imobiliária como um dos bairros com forte potencial de valorização e crescimento, apesar de não ser considerado um bairro nobre.
O levantamento considera unidades usadas em diferentes estados de conservação, tanto em edifícios novos como antigos.
Vila Olímpia lidera lista
O metro quadrado da Vila Olímpia foi o que mais se valorizou no período de janeiro a setembro de 2014, com alta de 24%. O bairro da Zona Sul tem o segundo metro quadrado mais caro da lista, atrás apenas da Vila Nova Conceição, que fica na mesma região.
Itaim (+20%), Paraíso (+20%), Pinheiros (+17%), Jardins (+17%) e Pompéia (+15%) também registraram valorizações acima da média.
O diretor geral de vendas da Coelho da Fonseca, Fernando Sita, afirma que os bairros onde o metro quadrado mais se valorizou no período têm despertado mais interesse de compradores e inquilinos porque estão localizados próximos a centros comerciais, o que garante maior facilidade na locomoção de casa até o trabalho.
Alguns deles, como a Vila Olímpia, também ganham atenção do mercado imobiliário porque oferecem terrenos para a construção de edifícios. “O crescimento de lançamentos no bairro acaba se refletindo na alta de preços no mercado de usados e de bairros vizinhos”, diz o executivo.
No Centro, o preço médio do metro quadrado é de 7,6 mil reais e ultrapassa o Morumbi, onde o valor médio é de 5,7 mil reais.
“A tendência é que o metro quadrado do Centro aumente nos próximos anos, pois a região começa a receber lançamentos. Já o Morumbi vem sofrendo com problemas com trânsito”, diz Sita.
Abaixo da média
Apesar de registrar o maior valor médio de metro quadrado da cidade, os preços na Vila Nova Conceição tiveram alta de apenas 2% no último ano.
Em Moema e Brooklin, que também estão entre os bairros com o metro quadrado mais caro da lista, os valores subiram 6%, assim como no Centro.
Também tiveram valorização abaixo da média de 14% os seguintes bairros: Morumbi, Vila Madalena e Higienópolis, com alta de 11%; e Vila Mariana, Perdizes e Alto da Lapa, nos quais o preço do metro quadrado aumentou 10%.
Imóveis pequenos e com um quarto valorizaram mais
Unidades com um quarto nos 18 bairros pesquisados registraram, em média, a maior alta do metro quadrado no último ano, de 18%. O valor de unidades com dois quartos subiu 16%, enquanto o metro quadrado de apartamentos com três ou mais dormitórios aumentou 12%.
Em termos de metragem, apartamentos de até 60 metros quadrados tiveram a maior valorização do metro quadrado: 23%. Já em unidades de 90 a 120 metros quadrados o valor aumentou 20%.
Apartamentos de 121 a 200 metros quadrados valorizaram 15%. Unidades de 61 a 90 metros quadrados registraram alta de 12%.
O diretor geral da Coelho da Fonseca afirma que os bairros que registraram as maiores altas também concentram apartamentos menores e com um ou dois quartos, que tiveram maior valorização no período.
“Há maior demanda por esses tipos de imóveis. Além de caberem no bolso dos compradores após a alta dos preços nos últimos anos, eles atendem as necessidades de solteiros, pessoas divorciadas e famílias menores”, diz Sita.
Fonte: Exame