O Estado de São Paulo tem a maior população de arquitetos do Brasil e também possui a maior oferta de cursos de Arquitetura e Urbanismo do país, concentrada em poucos municípios e, em boa parte, num raio de 100 km da capital.
Mais da metade das vagas autorizadas para os cursos de Arquitetura e Urbanismo pelo Ministério da Educação no Estado está concentrada na capital e em mais três cidades do interior, como mostra um levantamento feito pela Diretoria de Ensino e Formação do CAU/SP.
Campinas, Ribeirão Preto e Sorocaba, além de São Paulo, detêm 53% (13.533) das 25,7 mil cadeiras disponíveis em cursos de AU, considerando dados atualizados até março de 2016. Somente na capital estão mais de um quarto das instituições de ensino do Estado.
A oferta acadêmica, em sua maioria absoluta, é feita por meio de instituições privadas. Conforme o levantamento do CAU/SP, somente 600 vagas são oferecidas pelas 8 instituições públicas do Estado, entre elas USP (150), Unicamp (30) e Unesp (85, somando as unidades de Bauru e Presidente Prudente).
É importante lembrar ainda que apenas 50 municípios – menos de 8% do total (645 municípios) — oferecem formação acadêmica em AU e concentram mais de 58% da população total de São Paulo, conforme o Censo de 2010.
Essa concentração geográfica dos cursos está localizada nas regiões mais populosas e ricas do Estado e ao longo de seus principais eixos rodoviários – Anhanguera, Bandeirantes, Washington Luís e Castelo Branco –, sendo que mais de 90% das vagas estão distribuídas por apenas 24 municípios.
Segundo a Diretora de Ensino e Formação do CAU/SP, Débora Frazatto, a explosão de abertura de novos cursos se dá notadamente a partir de 2010 – ano de criação do CAU. “Ela é, sobretudo, decorrente de ingresso do capital estrangeiro no país com a compra e abertura de novas unidades de IES e qualificação do ensino como negócio promissor e rentável. Junte-se a isso a implementação de algumas políticas públicas federais de acesso ao ensino superior, que geraram recursos às entidades particulares como PROUNI e FIES”. Na última década, São Paulo saltou de 67 para 115 cursos em atividade.
Fonte: CAU/BR