Lançamentos e vendas de unidades residenciais registraram recuo no mês na cidade de São Paulo
O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo registrou a venda de 1.072 unidades em junho, com variação de -72,3% diante das 3.872 unidades comercializadas no mesmo mês de 2013. Comparado a maio deste ano, quando foram vendidas 2.080 unidades, a variação atingiu -48,5%.
Já nos outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), houve crescimento de 33,7%, considerando as 2.303 unidades comercializadas em junho de 2014 com as 1.723 unidades de igual mês do ano anterior. Em relação a maio, com 1.252 unidades vendidas, a variação foi de 83,9%.
Os dados são da Pesquisa de Mercado Imobiliário, realizada mensalmente pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP.
Vendas – O montante comercializado na cidade de São Paulo no mês foi de R$ 547,1 milhões, -59,8% em relação ao VGV (Valor Global de Vendas) de R$ 1,36 bilhão de maio, atualizado pelo indicador INCC-DI (Índice Nacional de Custos da Construção – Disponibilidade Interna), apurado pela Fundação Getúlio Vargas.
O indicador VSO (Vendas sobre Oferta) acumulado no período de 12 meses alcançou 51% no sexto mês do ano.
O segmento de 1 dormitório liderou as vendas, com 447 unidades e participação de 41,7%, seguido dos imóveis de 3 dormitórios, que representaram 28,1% de fatia de mercado, com 301 unidades vendidas.
Lançamentos – Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), foram lançadas na Capital 2.413 unidades residenciais, uma variação de -32,5% diante do resultado de junho de 2013 (3.574 unidades). Houve redução de 10% em relação a maio, quando registrou-se o lançamento de 2.681 unidades.
Com 996 unidades e participação de 41,3% no volume total, o segmento de 2 dormitórios se destacou em junho em número de unidades lançadas. Na segunda colocação, com 30,3% dos imóveis lançados (732 unidades), ficou o segmento de 3 dormitórios.
Semestre – As vendas na capital paulista totalizaram 9.054 unidades no semestre, correspondendo à variação de -48,3% sobre as 17.500 unidades acumuladas de janeiro a junho de 2013.
No período, as empresas de incorporação lançaram 11.360 unidades, -18,8% em relação ao movimento dos seis primeiros meses de 2013 (13.983 unidades) na cidade de São Paulo.
A capital foi responsável por 53,5% das vendas da Região Metropolitana de São Paulo no primeiro semestre, apesar do aumento de participação das demais cidades no mês de junho.
Considerações – A Copa do Mundo interferiu nos resultados do mercado imobiliário, e os principais efeitos recaíram sobre a cidade de São Paulo, que registrou o pior mês de junho se considerarmos os últimos cinco anos em termos de vendas. Por outro lado, as cidades situadas no entorno da Capital obtiveram o melhor mês de junho em vendas dos mesmos cinco anos.
“É possível que este movimento seja reflexo da adequação dos imóveis lançados ao perfil de público dessas cidades, com ênfase na oferta de 2 dormitórios, algo bem tradicional e que atende à demanda da classe média”, avalia Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.
Já a cidade de São Paulo se ressente das dificuldades para viabilização de novos empreendimentos, aliado ao período de discussão e aprovação do novo Plano Diretor Estratégico. “Sem contar que a Capital praticamente parou para receber os turistas que vieram prestigiar as partidas da Copa do Mundo, além de outros fatores, como o desaquecimento econômico e a antecipação do período de férias”, complementa Petrucci.
De acordo com o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, considerando-se os resultados do mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo no primeiro semestre, somado aos efeitos da Copa do Mundo e às perspectivas econômicas desfavoráveis, a projeção para o fim do ano passou a ser de lançamentos em torno de 26 mil unidades e vendas em cerca de 24 mil unidades. “Apesar de todos os fatores negativos citados, vale ressaltar que o mercado tradicionalmente apresenta melhor desempenho no segundo semestre”, pondera Bernardes.
O vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Sindicato, Emilio Kallas, lembra ainda que a expectativa com relação à aprovação do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo (sancionado em 31 de julho) pode ter influenciado as decisões dos empresários. “É possível que agora, ao ter conhecimento das novas regras, os projetos voltem a ser protocolados. Porém, é certo que haverá um período de adaptação e até para que se possa estudar novas tipologias, de acordo com o PDE.”
Confira a pesquisa completa.
Fonte: Secovi-SP